Modificação simples aproxima setores e melhora o time tricolor; Colorado enfrenta dificuldades compreensíveis em sequência muito dura de jogos Grêmio 1 x 1 Internacional | Melhores Momentos | 5ª rodada | Brasileirão 2025
Três dias depois, parecia outro Grêmio. No Gre-Nal deste sábado, encerrado com empate por 1 a 1 na Arena, não esteve presente o time batido por 4 a 1 pelo Mirassol na quarta-feira – em um dos maiores fiascos da história recente do clube. Com uma troca simples, que gritava nos ouvidos surdos do demitido Gustavo Quinteros, nasceu uma equipe mais sólida e, consequentemente, mais competitiva.
O interino James Freitas colocou mais um jogador no meio, retirando um dos atacantes de lado. Formou o setor com Dodi, Villasanti, Edenilson e Monsalve. Com isso, encorpou a região e liberou Edenilson para fazer aquilo que ele oferece de melhor: a transição entre intermediárias, chegando forte ao ataque.
Veja mais:
+ Leia outros textos do Blog do Alliatti
Grêmio Inter Gre-Nal
Lucas Uebel/Divulgação Grêmio
A modificação permitiu que o Grêmio marcasse o Inter bem melhor do que havia marcado o Mirassol. Com um meio mais forte, ocorreu um movimento natural de aproximação entre os setores. Diminuíram os buracos que apavoravam a torcida e tornavam o time uma presa dócil mesmo para adversários fracos. De quebra, a equipe pareceu mais competitiva. Afinal, em um time mais compacto, mais próximo, os jogadores não chegam o tempo todo atrasados nas disputas.
Foi assim que o Grêmio conseguiu ser melhor do que o Inter no primeiro tempo. Com um jogo físico, intenso, deu um jeito de anular tanto Alan Patrick quanto os pontas colorados – e ainda foi inteligente para explorar, com Cristian Olivera, o lado esquerdo defensivo do rival. Foi dele o gol do Grêmio – contando com a sorte de uma bola que iria para fora ter desviado em Anthoni no meio do caminho.
No segundo tempo, o jogo mudou. Roger Machado, especialmente depois de abrir mão de Wesley e Vitinho e apostar em Gabriel Carvalho e Bruno Tabata, fez o Inter primeiro acalmar e depois controlar a partida. Veio o empate, com Alan Patrick, em pênalti bem marcado – e a virada parecia totalmente verossímil. O Grêmio só foi reagir no fim do jogo, especialmente com bolas longas. E quase venceu: a arbitragem deixou de marcar um pênalti para os donos da casa – de Aguirre em Aravanena – mesmo após revisão no VAR.
Grêmio Inter Gre-Nal
Ricardo Duarte/Divulgação Inter
O Gre-Nal, por tudo isso, ofereceu um novo horizonte ao Grêmio, que deve anunciar Mano Menezes como novo técnico. E esse horizonte é mais compatível com o elenco tricolor – que não está entre os melhores do Brasil, mas não é tão ruim quanto as atuações faziam crer.
Ao Inter, o clássico reforçou um alerta. Depois do jogo, o técnico Roger Machado pareceu incomodado ao ser questionado sobre uma possível oscilação da equipe nos últimos jogos. Ele respondeu com o argumento do calendário: a insanidade que faz o time enfrentar, a cada três dias, uma partida duríssima. Está coberto de razão. Mas a oscilação ser justificável não faz com que ela deixe de existir.
Em 22 dias, o Inter teve esta sequência de adversários: Flamengo fora, Bahia fora, Cruzeiro em casa, Atlético Nacional em casa, Fortaleza fora, Palmeiras em casa, Grêmio fora. Só pedreira, só jogo grande. Foram duas vitórias, quatro empates e apenas uma derrota (para o Palmeiras) no período. Não são maus resultados, dado o nível dos oponentes.
Grtêmio Inter Gre-Nal
Lucas Uebel/Divulgação Grêmio
Mas se olharmos as atuações, veremos que o Inter teve dificuldades em boa parte desse recorte. Os adversários estão conseguindo anular os pontas colorados. Quando isso acontece, se Alan Patrick está bem marcado (como aconteceu contra Palmeiras e Grêmio), o jogo vermelho fica travado – dependente da construção dos volantes ou da agressividade dos laterais. Além disso, Bernabei vem enfrentando problemas na marcação. Ele sofreu contra Atlético Nacional e Grêmio e falhou no gol da derrota para o Palmeiras.
De novo: a sequência de jogos e a qualidade dos adversários tornam tudo isso compreensível. Mas o treinador precisa encontrar soluções também para aquilo que é compreensível – como certamente fará.
Até porque as qualidades seguem maiores do que os problemas. Do Gre-Nal, o Inter também leva a capacidade demonstrada por Roger para modificar a partida, a calma e a maturidade da equipe para trabalhar a bola e controlar o jogo no segundo tempo e, como o treinador gosta de destacar, o fato de que seu time não se dá por vencido.
Ouça áudio do VAR sobre pênalti não dado para o Grêmio